Registros de trombose venosa são beneficiados por emenda parlamentar

Iniciativa destinará R$ 2 milhões às pesquisas do Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT) do Hemocentro da Unicamp

Com apenas um ano de existência e já considerado uma importante referência na sistematização de registros dos casos de trombose venosa no Brasil, o Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT) doHemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai contar com recursos da ordem de R$ 2 milhões, decorrente de uma emenda parlamentar ao orçamento estadual, de iniciativa do deputado Edmir Chedid. Segundo o deputado, o valor destinado é “importante para ajudar o Hemocentro a manter e avançar em suas pesquisas em benefício desta população.”



A verba será destinada à aquisição de equipamentos, como laptops usados nos processo de registro e freezers para o Biobanco do Hemocentro da Unicamp, na logística de transporte das amostras dos centros do estado de São Paulo até o Hemocentro e no desenvolvimento de um programa educacional na área de trombose e hemostasia para profissionais da área da saúde e a população geral. “Contar com esses recursos tem uma extrema importância para o conhecimento na área, voltado especificamente para a realidade brasileira, para que nossa população cada vez mais possa ser beneficiada e ter mais acesso à informação, item indispensável para o tratamento efetivo dos casos de trombose”, afirma a médica hematologista Joyce M. Annichino, professora, coordenadora da área clínica e laboratorial de Doenças Tromboembólicas do Hemocentro da Unicamp e presidente da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia – SBTH.

O trabalho da equipe do Centro de Doenças Tromboembólicas em estabelecer registros oficiais de trombose venosa, inicialmente em centros do estado de São Paulo, é fundamental para a mais correta implementação de soluções para o diagnóstico e os tratamentos efetivos e mais modernos para os casos de trombose. Pela primeira vez, é feita uma análise científica dos dados coletados, em parceria com a Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, utilizando recursos de inteligência artificial de modo a produzir escores de predição e aplicativos para melhorar o atendimento no SUS. Entre as inúmeras variáveis mapeadas, incluem-se tratamentos, causas e consequências da trombose, inclusive em pacientes com câncer e crianças. A iniciativa de chamar atenção para estas ocorrências é reforçada em dezenas de países pelo Dia Mundial da Trombose (13 de outubro).

A trombose venosa é uma doença caracterizada pela formação de trombos (coágulos) nas veias de qualquer parte do corpo, mas principalmente nas veias das pernas, e que pode evoluir para uma embolia pulmonar caso o trombo se movimente pela corrente sanguínea. É a terceira causa de óbito entre as enfermidades cardiovasculares e pode ser evitada na grande maioria dos casos. No Brasil, ainda não existem dados robustos sobre a sua ocorrência na população. Como consequência, as estratégias públicas para mitigação da doença são baseadas em estudos divulgados por outros países, que possuem perfis étnicos e socioeconômicos diferentes do brasileiro.

Com a falta de dados sobre ocorrências de trombose no Brasil, o CDT e a SBTH deram início à implantação do Centro de Doenças Tromboembólicas através do Programa de Centros de Desenvolvimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que, junto com a Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp, disponibilizaram um aporte de R$ 4 milhões. Em uma primeira fase de implantação, o CDT conta com uma rede de 13 centros hospitalares de seis municípios do Estado de São Paulo: o Hospital de Clínicas, o Hemocentro e o CAISM – todos da Unicamp; o Hospital da PUC e o Hospital Dr. Domingos Boldrini, em Campinas; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu; o Hospital de Base da Fundação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; o Hospital do Amor de Barretos; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto; e, na capital paulista, o Hospital Municipal M’Boi Mirim, o Hospital Municipal Vila Santa Catarina e o Hospital Santa Marcelina de Itaquera.

A Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia – SBTH é uma entidade civil sem fins lucrativos que visa a promover a educação continuada e disseminar conhecimento para a redução do tromboembolismo e suas consequências. Fundada em 10 de outubro de 2018 e composta atualmente por mais de 200 médicos, sob o lema “A Vida Deve Fluir”, a SBTH tem como missão investir em educação continuada e pesquisas, chamar atenção para a importância da prevenção e ampliar o acesso a medicamentos e tratamentos para a trombose. Atualmente, a SBTH trabalha para o fomento de políticas governamentais, educacionais e assistenciais através da promoção de pesquisas médicas relacionadas à trombose e doenças hemorrágicas congênitas ou adquiridas.

SBTH – Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia
Fernando Sant’Ana

POSTAGEM ORIGINAL: https://jornaldiadia.com.br/registros-de-trombose-venosa-sao-beneficiados-por-emenda-parlamentar/



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